Borboletas de Franca

Exposição virtual baseada na vida de Abdias Nascimento

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Você conhece o nosso artista, Abdias Nascimento?

Vou te contar um pouco da história dele!

Abdias Nascimento e Lélia Gonzalez

Griot e Guerreiro, por Lélia Gonzalez

 

“A poesia de Abdias Nascimento tem muito a ver com sua pintura (…) A força metafórica de seus versos, a força colorida das formas de seus quadros, a força dramática de suas peças, ele não buscou nas escolas ocidentais especializadas “em fazer artistas”, mas nesse campo cultural alternativo, repito, reelaborado e recriado pelo povo preto em nosso país”.

Texto escrito em 1984 pela educadora Lélia Gonzalez, publicado no livro Axés do sangue e da esperança (orikis).

Nota sobre o autor, por Paulo Freire,

 

“De nome, naturalmente, fazia tempo, um bom tempo, que conhecia Abdias do Nascimento, quando, certo dia, nos encontramos pela primeira vez em Nova York. Estivemos juntos por horas em torno de nosso exílio, das nossas esperanças, dos nossos projetos.”

Texto escrito em 1981 pelo educador Paulo Freire, publicado no livro Axés do sangue e da esperança (orikis).

Paulo Freire e Abdias Nascimento

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Agora que você conheceu um pouco do nosso artista,

vamos conhecer as suas obras?

Borboletas de Franca

Era 1973 quando Abdias Nascimento deu vida às suas Borboletas de Franca.

Ele estava nos EUA, a sete mil quilômetros de sua cidade natal, Franca, interior de São Paulo.

Para dar vida à obra, ele lembrava as borboletas de sua infância, cujos movimentos e cores descortinavam a memória.

A sua pintura carrega infinitas possibilidades de leitura a partir da borboleta.

Ela incorpora a leveza e as cores da natureza,  “brinquedo mais encantador, mais saudável, mais inteligente e mais pedagógico” da vida do ser humano, nas palavras do poeta Éle Semog, que escreveu a quatro mãos, com Abdias, a biografia publicada pela Pallas Editora em 2006.

Abdias Nascimento, Borboletas de Franca

Acrílica sobre tela, 71 x 56 cm. Búfalo, EUA, 1973

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Assim é o universo da pintura de Abdias Nascimento.

Vamos mergulhar nele?

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CHARADA: QUAL O ELEMENTO COMUM A TODAS AS OBRAS?

(continue na exposição e encontre uma das respostas possíveis abaixo)

Abdias Nascimento aos 5 anos de idade

Abdias Nascimento cresceu em Franca. Na escola, ele tinha um colega chamado Felisbino, órfão de pai e mãe.

 

Um dia, Felisbino estava sendo espancado por uma vizinha. Essa vizinha era branca. Aquilo revoltou tanto a mãe de Abdias, Dona Josina, que ela saiu da sua condição de pessoa pacífica e pacata para defender Felisbino. Contagiado por sua mãe, Abdias fez o mesmo em defesa de seu amigo de infância.

 

Essa experiência foi uma lição de solidariedade racial que o acompanhou pelo resto da vida.

Essa história o próprio Abdias Nascimento contou e está registrada na série Memórias, produzida pela Câmara dos Deputados, com documentários que resgatam fatos e personagens marcantes do Brasil.

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Eternidade

O símbolo da eternidade em formato de oito, as cores que dão movimento à pintura, o azul que penetra os olhos…

“Eternidade” é um trabalho de Abdias Nascimento que mostra um artista maduro, com habilidades de um colorista, alguém cujo o domínio da técnica se deu de forma autodidata

e nasceu de seu convívio com artistas variados quando atuava na curadoria do MAN durante décadas.

Abdias Nascimento, Eternidade

Acrílica sobre tela, 51 x 61 cm Búfalo, EUA, 1972

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Abdias Vive!

Direção: Fernando Bola

Produção: Ipeafro e Confraria do Curta

Tempo de duração: 18 minutos.

Em 13 de novembro de 2011, o IPEAFRO e o Projeto Raízes de Áfricas, coordenado pela ativista Arísia Barros, juntos organizaram a cerimônia de deposição das cinzas de Abdias Nascimento no Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, União dos Palmares, Alagoas.

 

O documentário registra o evento histórico que contou com a presença de lideranças do movimento negro de todo o Brasil, além de convidados internacionais e membros da família.

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O Peixe: Oxum

Abdias Nascimento brincava de misturar e trocar de lugar os elementos em suas pinturas:

peixes voando no ar, flores brotando de pés e mãos, pássaros no meio da terra.

Essa liberdade de mudar o lugar de pertencimento indica a unidade essencial entre seres e ambientes, apontando os elos que ligam a vida e a vivência em todos os ambientes: dos seres humanos, da natureza e do cosmos.

Abdias Nascimento, O Peixe: Oxum

Acrílica sobre tela, 61 x 76 cm. Middletown, EUA, 1970

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Entre o Aiyê e o Orum - Abdias Presente

O IPEAFRO e o Projeto Raízes de Áfricas, com apoio da Secretaria de Comunicação do Estado de Alagoas, retornam à Serra da Barriga, União dos Palmares, Alagoas, para homenagear os 10 anos da deposição das cinzas de Abdias Nascimento.

 

O documentário revive e rememora a cerimônia de 2011, captando os fluxos de energia que emanam das contribuições históricas, simbólicas e sociais da luta do povo preto.

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O Sonho n. 2

Abdias Nascimento, O Sonho n. 2

Acrílica sobre tela, 152 x 101 cm. Búfalo, EUA, 1973

O sonho tinha um lugar central na vida de Abdias Nascimento. Para ele, por exemplo, o racismo é “um tapa na cara da criança negra”.

Ele mesmo, aos 13 anos, conseguiu um emprego como contador e professor da escola de uma fazenda. Ele ganharia mais do que qualquer adulto de sua família.

No dia combinado para começar no emprego, uma carroça passou para levar Abdias à fazenda. O condutor da carroça mandou ele subir na parte traseira, onde viajavam as galinhas, as sacas de grãos e os porcos.

“Lá não vou!” refutou o adolescente Abdias.

Naquele dia ele perdeu o emprego, mas jamais deixou de sonhar com um mundo isento de racismo, com direitos iguais para todos os cidadãos. Saiu de Franca se alistando no Exército e foi à capital São Paulo em busca desse mundo.

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Entrevista de Abdias Nascimento à TV Cultura na inauguração de sua exposição na Galeria do Banco Nacional, na Avenida Paulista, São Paulo, em 1975.

 Edição e publicação do Itaú Cultural, Ocupação Abdias Nascimento, 2016-17

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Léa Garcia: Oxunmaré

Léa Garcia é uma das figuras mais importantes na trajetória de Abdias Nascimento. Mãe de seus filhos Henrique e Bida, ela é uma diva brasileira.

Formada no Teatro Experimental do Negro (TEN), Léa Garcia tem uma trajetória de sucesso em teatro, cinema e televisão.

Em 1969, primeiro ano em que estava no exílio, Abdias cria uma tela para Léa Garcia. Ele homenageia a atriz com as cores de Oxunmaré, que “resume a alegria colorida e vital de nossa raça, expandindo sua natureza lúdica”.

Abdias Nascimento, Tema para Léa Garcia: Oxunmaré.

Acrílica sobre linho, 153 x 107 cm. Nova Iorque, EUA, 1969

Léa Garcia, Abdias Nascimento e seus filhos, Henrique Cristovão Garcia do Nascimento e Abdias Nascimento Filho em 1954.

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Quer mergulhar ainda mais fundo no universo do abdias?

Visite os jardins em Realidade Aumentada.

E ai? Você descobriu qual o elemento comum a todas as obras?

AS BORBOLETAS SÃO O ELEMENTO COMUM ÀS CINCO OBRAS APRESENTADAS NESSA EXPOSIÇÃO.

Antes de você ir embora queremos saber o que achou da exposição

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